Sedimentos marinhos revelam detalhes sobre mudanças climáticas e outros fenômenos

Navio de pesquisas JOIDES Resolution (JR), na Austrália, antes do embarque para a Expedição 356. Crédito: Bill Crawford, IODP JRSO

Sedimentos marinhos depositados no fundo do oceano, a noroeste da Austrália, nos últimos 5 milhões de anos, estão ajudando pesquisadores do Observatório Nacional a compreender fenômenos como as mudanças climáticas, reversões do campo magnético da Terra e variações das correntes oceânicas.

Esse pacote sedimentar preserva informações importantes sobre a história e dinâmica da Terra durante este período do tempo geológico.

A investigação em questão está sendo realizada pelo doutorando do ON e mestre em Geofísica pela mesma instituição, Vitor Silveira, sob orientação do pesquisador do ON, Daniel Franco. 

Em sua pesquisa de doutorado, Silveira está analisando as propriedades magnéticas deste pacote sedimentar obtido a partir da perfuração do fundo oceânico na região da plataforma continental do noroeste da Austrália.

De acordo com o doutorando, esta é uma região do Oceano Índico com particularidades que a fazem muito relevante para o estudo em questão. Isso porque a região está sob influência direta de correntes que se originam do fluxo de águas quentes que vêm do Pacífico Equatorial, migrando através de canais estreitos e rasos localizados entre as ilhas do arquipélago Indonésio.

A variabilidade desse sistema de transferência de águas influencia de maneira proeminente o balanço de calor e de salinidade nas águas oceânicas, com forte impacto sobre a dinâmica das mudanças climáticas globais em diferentes escalas de tempo.

Além disso, a região de análise fica relativamente próxima ao continente, o que permite que sedimentos da porção terrestre cheguem facilmente até o fundo do oceano, registrando assim características do clima da Austrália. 

A região foi estudada pela Expedição 356 do International Ocean Discovery Program (IODP). Trata-se de um programa internacional de pesquisas marinhas que investiga a estrutura terrestre a partir do registro de sedimentos e rochas marinhas. O IODP é o mais longevo programa internacional em Ciências da Terra, com cinco décadas de existência e 26 países envolvidos, entre eles o Brasil, com a participação do Observatório Nacional.

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